Há casais que mal começaram a namorar e já estão se casando. Outros vivem relações de dois, quatros, seis, até dez anos, antes de subirem ao altar. Há quem diga que esperar tanto é um procedimento arriscado.
Léa Michaan, psicoterapeuta e psicanalista afirma que relacionamentos muito longos tendem a desgastar. Ela explica que namorar é bem diferente de casar. Quando namoramos, em geral, dedicamos muito tempo para o parceiro. “A pessoa não aguenta ficar muito tempo galanteando, isto requer muita energia. Por isso, os namoros muito prolongados acabam se desgastando, perdendo o sentido”, diz a psicoterapeuta.
O casamento é um período diferente: o casal vive junto, compartilhando suas vidas. “Neste estágio do relacionamento cada um dos parceiros vive seus interesses, sua profissão, hobbies e tudo o mais, morando com o companheiro. O casal está unido, mas colocando a energia em seus interesses, não com ênfase um no outro como no caso do namoro”, argumenta Léa.
É esta transformação que faz com que muitos casais não resistam ao casamento. Acostumados em receber e dedicar atenção ao outro por longo período, às vezes até dez anos, muitos não se adaptam. Durante o namoro é comum que haja idealizações, nem sempre alcançadas no matrimônio.
Muitas vezes o namoro dura tanto tempo que o casal acaba se adaptando até chegar ao ponto de não desejar casar. A psicoterapeuta afirma que se esta for a vontade tanto do homem quanto da mulher não haverá de ser um problema. “Afinal, relacionamento humano não é receita de bolo”, diz Léa. “O problema começa quando a filosofia de vida das partes é diferente”, completa.
Quando apenas um dos parceiros deseja se casar pode ter início um conflito. A psicoterapeuta afirma que é muito comum a mulher desejar casar e o homem não. Nestes casos, um ou outro terá que ponderar. “Pense as seguintes questões: Vale a pena perde-lo ou perde-la? Será que insistir demais não acabará pressionando e estragando a relação? Qual é o meu projeto de vida? Qual é o projeto de vida do meu parceiro? Será que podemos entrar num acordo? Cada qual cede um pouco?”, sugere Léa.
Outro fator importante é ter uma boa conversa: “Nela os dois deverão estar abertos para ouvir e pensar as questões, desejos e necessidades um do outro”, finaliza a psicoterapeuta.
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